O que você precisa saber sobre design de logotipos?

A criação de um logotipo nunca foi uma tarefa fácil, apesar de muitas vezes quem não compreende do processo criativo ter a falsa ideia de que basta estar em frente de um computador e a mágica acontece. Ao longo da experiência, designers descobrem que precisam ter critérios básicos para alcançarem bons resultados. Alguns destes partilharemos neste artigo, acreditando serem umas das melhores formas de obtenção de resultados que respondam aos problemas colocados no que refere à criação de identidade visuais.

©Unsplash

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Antes de mais, é importante compreender porquê o design de logotipos é importante para as corporações, para os produtos, serviços ou pessoas.

O logotipo é o primeiro elemento que entra em contacto com as pessoas ou clientes, é o que transmite todo âmago de atributos e qualidades de uma marca ou pessoa, consideraremos que ela é a identidade de uma marca, porque será responsável por repassar os valores e missões de uma determinada empresa, e estas é que ficam para história da empresa, portanto tem uma grande importância para o sucesso e o futuro de uma empresa.

Para se ter um bom design de logotipos, deve se compreender que é necessário que se abarque elementos complexos de habilidades a nível de design, metodologias criativas, práticas habilidosas, mas também uma visão holística e um conhecimento cultural sólido.

O designer que se considera competente tem nocções básicas para conceber um logotipo, porém sabemos que a criação de uma boa imagem não consiste somente em ter nocções básicas. Ter uma carga de informações no campo artístico e nos movimentos da vanguarda é necessário, porque demonstra que o design de logotipo tem suas particularidades na criação e desenvolvimento, e são essas particularidades que transformam enriquecem o conceito do logotipo.

 

Neste artigo separamos 10 regras importantes para a criação e desenvolvimento de design de logotipo, baseadas na proposta de David Airey, um designer de identidades visuais, que dirige um estúdio independente baseado na Irlanda do Norte.




As 10 regras para criar logotipos e identidades visuais

Quando pensamos em uma marca pensamos nela como uma pessoa, não apenas como elementos visuais, elas impactam a vida dos seus usuários, porque elas carregam partes de informações que fazem parte do nosso repertório, o que o torna mais atractivo e simbólico para as nossas vidas.

Quanto mais as sociedades vão se dinamizando, as marcas seguem o mesmo percurso, buscando entender o usuário e fazer parte do seu cotidiano, a fim de compreender as necessidades emocionais e não só de uso dos seus clientes. Somente assim elas podem obter a atenção do seu público, e ter um logotipo original e diferenciado, um caminho para se ter uma posição no mercado e contornar a competitividade das marcas.

Como designer é fundamental compreender que o público-alvo, ao olhar para um logotipo é cativado pelas cores e formas, o que torna fácil prender a atenção e só depois que lê-se a informação que compõe os elementos visuais, porque são os mesmos elementos visuais que entram para a história e são estes que são fáceis de memorizar e criar recordações.

 

“Quando olhamos para algo, não lemos primeiro. Antes de mais nada, vemos a forma, vemos a cor, e se isso for o suficiente para prender nossa atenção, então vamos ler” David Airey

 

 Existem características universais em cada projecto de logotipo de sucesso, e aqui delimitamos algumas para ajudar a melhorar a qualidade das criações das marcas comerciais.

 

1. Estabeleça as bases

Em cada projecto aprendemos coisas novas, uma vez que os mesmos são diferentes e tem as suas peculiaridades, com isto temos clientes diferentes o que possibilita trabalhar de formas diferentes. Estabelecer bases consiste em traçar questões certas desde o início que tornarão a ideia de design consistente e precisa: por que você esta aqui? O que torna a ideia diferente? O que mais você valoriza?

Essas perguntas podem parecer bastante directas, mas podem ser difíceis de responder e levarão a mais perguntas sobre os negócios de seus clientes. O que você descobrir nesta fase do projecto ajudará a determinar a direcção de design mais forte possível.

Logotipo da Mercedes Benz, desenvolvido em 1989 por Wilhelm Mayback e Emil Ellinek I Logotipo da Woolmark criado em 1964 pelo Italiano Francesco Saroglia

Logotipo da Mercedes Benz, desenvolvido em 1989 por Wilhelm Mayback e Emil Ellinek I Logotipo da Woolmark criado em 1964 pelo Italiano Francesco Saroglia

2. Valorize seu bloco de desenho

Cada esboço é uma possibilidade para se desenvolver uma ideia, valorizar não somente o bloco de desenho como valorizar cada traço e esboço, mas o mais importante, gravar diferentes ideias de design pode ser muito mais rápido quando não há um dispositivo digital entre nossas mãos e nossos cérebros. Então, se você acordar no meio da noite com uma ideia que não quer perder, a caneta e o papel ao lado da cama é a maneira ideal de lembrar. O esboço também torna mais fácil colocar as formas exactamente onde você deseja - sempre haverá tempo para digitalizar suas marcas mais tarde.

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Logotipo I love New York, criado por Milton Glaser

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3. Trabalho em preto e branco

A aplicação da cor ela deve ser no fim, trabalhar sem cores ajuda a focar sua atenção no básico da ideia, em vez de em algo que é muito mais fácil de mudar. Uma má ideia não pode ser salva por uma paleta interessante. Uma boa ideia ainda será boa, independentemente da cor. Imagine um símbolo bem conhecido. Pense nisso agora. É a forma que lembramos antes da paleta. São as linhas, as formas, a ideia, seja a mordida de uma maçã, três listras paralelas, quatro círculos vinculados em uma linha horizontal ou outra coisa.

  Logotipo da Apple, desenvolvido 1977, primeiramente desenhado por Ron Wayne e redesenhado por Rob Janoff

  Logotipo da Apple, desenvolvido 1977, primeiramente desenhado por Ron Wayne e redesenhado por Rob Janoff

4. Mantenha-o apropriado

A marca deve ser relevante para as ideias e actividades que representa. Um tipo de letra elegante vai se adequar mais a um restaurante sofisticado do que a uma creche infantil. O ideal é que o logotipo transmita uma interacção com o seu serviço, as formas mais sinuosas elas se encaixam perfeitamente com a moda. Quanto mais apropriado for o seu raciocínio por trás de um projecto específico, mais fácil se tornará vender a ideia a um cliente. E isso geralmente pode ser a parte mais desafiadora de um projecto. Designers não apenas projectam. Eles também precisam vender.

Logotipo da V&A desenvolvido por Alan Fletcher em 1989

Logotipo da V&A desenvolvido por Alan Fletcher em 1989

5. Criar para ser memorável

A simplicidade ajuda na captação rápida do reconhecimento e análise de um logotipo para o público. Ter um logotipo com menos elementos não reduz a sua função e muito menos atributos desejáveis em uma marca, pelo contrário, a simplicidade dá oportunidade dos usuários de criar um repertório em relação a sua marca. Nem sempre a complexidade é amiga de um bom design de logotipo.

Logotipo do Banco Dautshe, desenvolvido em 1973 pelo Anton Stankowski

Logotipo do Banco Dautshe, desenvolvido em 1973 pelo Anton Stankowski

6. Esforce-se para a diferença

A diferença é o que chama atenção e é ela responsável por evidenciar a sua marca das outras marcas dos seus concorrentes, essas diferenças podem ser, nas formas ou até mesmo o estilo tipográfico e cores, o importante é que seja diferente em relação ao que existe no mercado. Esta é a oportunidade para se destacar seus clientes e auxilia na busca por clientes que estão dispostos a ter ideias mais inovadoras e únicas.

Logotipo da Tate, desenvolvido em 1999 pela  Wolff Olins

Logotipo da Tate, desenvolvido em 1999 pela  Wolff Olins

7. Considere a identidade mais ampla

É raro ver um logotipo isolado, sozinho, sem o contexto de um site ou cartão-de-visita, menu de bebidas ou ícone do aplicativo. É por isso que a apresentação de um cliente precisa abranger uma variedade de pontos de contacto relevantes para mostrar como um logotipo aparece quando visto por clientes em potencial.

Considere como a identidade funciona quando o logotipo não é mostrado, porque embora seja importante, um símbolo nem sempre poderá estar presente. Uma maneira de obter resultados visuais coesos é criar uma fonte personalizada que não seja usada apenas no logotipo, mas que também seja vista em todo o material de comunicação.

Tipografia da Macmillan, desenvolvida em 2006 pela  Wolff Olins

Tipografia da Macmillan, desenvolvida em 2006 pela  Wolff Olins

8. Não seja muito literal

Um logotipo por si é á força motora da empresa, não é preciso que se mostre de forma precisa os serviços da empresa, mas é necessário que ela transforme a literalidade em linguagem alegórica visual ou abstracta, porque só assim ela será mais douradora. Com os olhos analisando um logotipo precisamos entender de facto o que ela é, associando a empresa através das cores e formas, saberemos o que ela faz.

Logotipo da Shell, desenvolvido em 1971, pelo Raymond Loewy

Logotipo da Shell, desenvolvido em 1971, pelo Raymond Loewy

9. Os símbolos não são essenciais

Frequentemente, uma marca nominativa personalizada fará o trabalho, especialmente quando o nome da empresa é exclusivo, como Google, Mobil ou Pirelli. Mas uma versão do logotipo que funcione em pequenos limites sempre ajudará. Isso pode ser tão simples quanto retirar uma letra do nome e usar a mesma cor, ou pode incorporar um símbolo que pode ser usado como um elemento de design secundário.

Logotipo da Shelter, criado por Johnson Banks de 2004

Logotipo da Shelter, criado por Johnson Banks de 2004

10. Faça as pessoas sorrirem

Equilíbrio é o que torna as coisas consistentes, e o mesmo princípio deve ser usado na criação do logotipo. Adicionar um pouco de humor ajuda a equilibrar a seriedade em volta da proposta, isto possibilita de certa forma criar um vínculo com o seu cliente e consecutivamente com o seu público e é uma forma de diferenciar das demais marcas e destacar as relações humanas existente nos sectores de trabalho o que torna mais relevante a proposta.

Logotipo da Amazon desenvolvido em 2000 pela agência Turner Duckworth

Logotipo da Amazon desenvolvido em 2000 pela agência Turner Duckworth

E por fim...

Uma boa identidade visual, por si só funciona sem estar agarrada a pequenos detalhes. Se um logotipo não consegue funcionar a preto e branco, então precisa ser repensada. Se uma identidade visual, depois de algum tempo, para funcionar precisar sempre do símbolo ou do logotipo, então já revela fragilidades. A consistência, podemos considerar, está associada a história, mas também a uma construção consciente, o que permitirá criar uma ligação forte com os clientes e consumidores da marca.

Nilza Dánia da Conceição Ráma

Nilza Dánia da Conceição Ráma é licenciada em Design pelo Instituto Superior de Artes e Cultura - ISArC.

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