A Ascensão dos Ciberataques com Inteligência Artificial: Um Alerta para as Empresas do mundo inteiro

A transformação digital trouxe inúmeros benefícios para os negócios, desde a automatização de processos até à personalização de experiências do cliente. No entanto, essa mesma evolução também abriu portas para novas ameaças mais sofisticadas e difíceis de detectar. Um relatório recente da Kaspersky, intitulado “Defesa cibernética e IA: você está pronto para proteger sua organização?”, lança luz sobre uma dessas ameaças emergentes: o uso da inteligência artificial (IA) por cibercriminosos.

O novo rosto das ameaças cibernéticas

De acordo com o levantamento, 85% das empresas brasileiras já consideram os ciberataques com IA como uma ameaça grave à continuidade dos seus negócios. Este dado, por si só, revela o nível de preocupação crescente no sector corporativo, especialmente diante da constatação de que 46% dos ataques registados já utilizaram algum tipo de recurso baseado em IA.

A inteligência artificial, antes associada apenas à inovação e eficiência, agora também é usada para potencializar técnicas de ataque, tornando-as mais rápidas, direccionadas e difíceis de identificar. A velocidade com que scripts maliciosos podem ser gerados, a capacidade de imitar linguagem natural em e-mails e a habilidade de explorar vulnerabilidades com precisão quase cirúrgica colocam as defesas convencionais em causa.

Uma tendência que só cresce

O relatório da Kaspersky aponta ainda que 94% dos profissionais brasileiros de segurança digital acreditam que o uso de IA em ataques cibernéticos aumentará nos próximos dois anos. Além disso, 74% observaram um crescimento nos ataques nos últimos 12 meses, o que reforça a percepção de que estamos diante de uma nova era de ameaças digitais.

É interessante destacar que apenas 6% dos entrevistados acreditam que os ataques recentes não envolveram IA, o que mostra o quanto essa tecnologia já está presente no cenário de risco digital actual.

Ataques BEC: mais perigosos com IA

Entre os ataques que mais têm evoluído com o uso da IA estão os chamados BEC (Business E-mail Compromise) — fraudes em que cibercriminosos se fazem passar por executivos da empresa para enganar funcionários e obter dados confidenciais ou transferências financeiras indevidas.

Antes, esses golpes baseavam-se em e-mails bem escritos e persuasivos. Hoje, com o apoio da IA, os criminosos conseguem imitar com mais fidelidade a linguagem, o tom de voz e até os padrões de comunicação dos executivos, tornando os ataques mais convincentes e eficazes. Isso aumenta consideravelmente o risco de falhas humanas e a complexidade da detecção por parte dos sistemas de segurança.

Como as empresas devem reagir?

Perante este cenário, é fundamental que as empresas brasileiras, especialmente as PMEs, adoptem uma postura proactiva em relação à cibersegurança. Isso inclui:

  • Actualização constante das ferramentas de protecção digital, com foco em soluções que também utilizem IA para identificar padrões anómalos;

  • Capacitação contínua dos colaboradores, principalmente para reconhecer tentativas de engenharia social sofisticadas;

  • Implementação de políticas de segurança claras, como verificação de múltiplos factores (MFA) e protocolos internos para autorizações sensíveis.

A inteligência artificial é uma ferramenta poderosa — tanto para o bem quanto para o mal. Cabe às empresas adaptarem-se rapidamente, investir em tecnologias de protecção e, acima de tudo, manter uma cultura de segurança cibernética sólida e bem disseminada entre todos os colaboradores.

Foto : https://lnkd.in/d3SdWqnV

Anterior
Anterior

Amanhã Já Foi Ontem: A Publicidade na Era do Turbo

Próximo
Próximo

MARCAS NO PODER?