Hinton Geoffrey adverte sobre os perigos da Inteligência Artificial

O psicólogo cognitivo e cientista da computação, Hinton Geoffrey, conhecido como o “padrinho da inteligência artificial”, demitiu-se do Google e deu uma entrevista ao jornal The New York Times a advertir sobre os perigos que envolvem os sistemas de inteligência artificial. 

As declarações, que foram dadas por Hinton Geoffrey, fazem com que o mesmo seja mais um,  no universo crescente de figuras proeminentes que alertam acerca dos danos significativos que a Inteligência Artificial pode causar sem supervisão e regulamentação adequadas. 

Imagem: Sky News

Com a pesquisa pioneira de Hinton sobre “deep learning” que traduzido para o português quer dizer “aprendizagem profunda” e as redes neurais, abriu-se o caminho para os actuais sistemas de IA, como o ChatGPT. No entanto, ele falou à BBC que o chatbot poderá em pouco tempo passar o nível de informação que o cérebro humano conserva “Neste momento, o que estamos vendo são coisas como o GPT-4 superar uma pessoa na quantidade de conhecimento geral que ela tem, e a supera de longe. E, dado o ritmo de evolução, a expectativa é de que fiquem melhor rapidamente. Então, precisamos nos preocupar com isso”. - Hinton citado pela BBC

Na entrevista ao NYT, o cientista abordou várias preocupações que tem com o sistema de IA, como a questão da intencionalidade de algumas pessoas, no sentido de tentarem usar a inteligência artificial para o que não é bom. Respondendo à BBC sobre a razão das preocupações apresentadas por ele, Hinton disse: “É tipo na pior das hipóteses, uma espécie de cenário pesadelo. Você pode imaginar, por exemplo, uma pessoa mal-intencionada como ‘o presidente russo Vladimir Putin’ que decide dar aos robôs a capacidade de criar seus próprios sub-objectivos”.

Imagem: Sky News

Acrescentou dizendo que chegou à conclusão de que o tipo de inteligência que estão desenvolvendo é muito diferente da inteligência que o ser humano tem “Somos sistemas biológicos, e estes são sistemas digitais. E a grande diferença é que com os sistemas digitais, você tem muitas cópias do mesmo conjunto de pesos, o mesmo modelo do mundo. E todas essas cópias podem aprender separadamente, mas partilham seu conhecimento instantaneamente. Portanto, é como se você tivesse 10 mil pessoas, e sempre que uma delas aprendesse algo, todas automaticamente aprenderiam. E é assim que esses chatbots são capazes de saber muito mais do que qualquer pessoa”. 

Em relação ao Google, o cientista disse que não queria criticar a empresa “Na verdade, quero dizer algumas coisas boas sobre o Google. E elas terão mais credibilidade se eu não trabalhar para o Google”.    

Em um comunicado, que a BBC mencionou, o cientista-chefe do Google, Jeff Dean, afirmou que a empresa de tecnologia continua comprometida com uma abordagem responsável da inteligência artificial, “Estamos aprendendo continuamente a entender os riscos emergentes enquanto inovamos com ousadia”.

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