Diébédo Keré vence o prémio Praemium Imperiale na categoria de arquitectura

Arch Daily

O arquiteto africano burquinense, Diébédo Francis Keré, foi nomeado o laureado de arquitectura de 2023 com o prémio Praemium Imperiale da Associação de Arte do Japão.

Keré foi selecionado como o vencedor do prémio de arquitectura em Praemium Imperiale 2023, um programa de premiação anual que celebra criativos na área de arquitectura, música, escultura, pintura e teatro ou cinema. 

Os edifícios que levaram Keré a conquistar o prémio, utilizam as competências e energias da comunidade local e, por empregar materiais de construção tradicionais e combiná-los com o design moderno

O júri da competição, durante o anúncio dos resultados, afirmou que “ao combinar matérias e competências locais com design inovador e soluções de engenharia inteligentes, mantendo ao mesmo tempo o foco no trabalho com as comunidades locais, Diébédo transformou a arquitetura de todo o continente africano”. 

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Nascido na cidade de Gando em 1965, Francis, saiu de casa com sete anos de idade para seguir com os seus estudos, em 1985, mudou-se para Berlim com uma bolsa de estudos de carpintaria para aprender a fazer telhados e móveis durante o dia, enquanto frequentava aulas à noite. 

Francis recebeu uma bolsa de estudos para uma formação em arquitectura na Technische Universität Berlin, Alemanha, em 1995-2004, onde criou fundos para investir a sua terra de origem, a partir da construção de uma escola que proporcionasse melhores condições para os residentes do local. 

Durante o período da sua formação, em 1998, o arquitecto criou a Fundação Kéré para arrecadar fundos e defender o direito de uma criança a uma sala de aula confortável. 

Seu primeiro edifício, a Escola Primária Gando, de 2001, foi erguido por moradores locais, que construíram cada parte da edificação à mão, guiados pelas formas inventivas que mesclam materiais vernaculares e engenharia moderna do arquitecto. Com este projeto, conquistou o Prémio Aga Khan de Arquitetura em 2004 e o levou a abrir seu próprio escritório, Kéré Architecture em Berlim, 2005. 

O trabalho de Keré concentra-se em iniciativas sociais para as comunidades marginalizadas, denominadas por projectos como escolas e edifícios comunitários, que podem ser vistas na Escola Secundária Lycee Schorge e no Centro Comunitário Kamwokya em Kampala. 

Em 2022 o designer venceu a maior honra de arquitectura, o Prémio Pritzker, pelo seu trabalho sensível às comunidades e à crise climática.

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