Mapiko: Dança Tradicional Moçambicana Recebe Reconhecimento da UNESCO
Cesar Bila
A ancestral dança tradicional moçambicana, Mapiko, conquistou um lugar distinto na lista de Património Cultural Imaterial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, UNESCO, conforme anunciado pela agência da ONU por meio da rede social X, antes conhecida por Twitter.
A decisão foi formalizada durante a 18.ª sessão do Comité Intergovernamental da UNESCO para salvaguarda do Património Cultural Imaterial, realizada em Kasane, Botsuana.
Originária do planalto Makonde, compreendendo os distritos de Muenda, Nangade e Muidumbe, na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, a Mapiko, ou Ingoma ya Mapiko, desempenha um papel crucial na representação da cultura local.
O Ministério da Cultura e Turismo de Moçambique, responsável pela candidatura, destaca que os praticantes de Mapiko representam o segundo maior grupo etnolinguístico Shimakonde, seguindo os Macuas.
A relevância da inscrição torna-se ainda mais evidente diante das adversidades enfrentadas pela prática de Mapiko. As atividades fundamentalistas islâmicas em Cabo Delgado levaram à suspensão das festividades, devido à fuga e dispersão da população, como ressalta o processo de candidatura.
O Ministério sublinha a urgência da medida, visando aprimorar a estratégia de salvaguarda contra o risco de extinção devido à guerra do terrorismo. Além disso, destaca a importância de sensibilizar os jovens sobre a identidade maconde, promovendo o respeito pelo ser humano.
O reconhecimento pela UNESCO é visto como um potencial catalisador para fortalecer a coesão social e territorial entre os diversos povos que compõem o mosaico étnico de Cabo Delgado, e, quiçá, de Moçambique e do mundo.
Essa inclusão na lista de Património Cultural Imaterial visa não apenas preservar uma forma única de expressão cultural, mas também impulsionar a compreensão e apreço pela rica diversidade presente na região.
