Padrão Moiré e sua relacção com o design
Acredito que em algum momento do dia-a-dia você já tenha estado em contacto com este padrão, não o reconhecendo apenas pelo facto de o nome não ser tão comum. Embora se escreva Moiré, a pronúncia correcta é Muarrê. Trata-se de um padrão que é formado automaticamente quando temos a rotação ou combinação de dois ou mais grupos de linhas paralelas ou perpendiculares sobrepostas, não importando o formato, pontos ou outros elementos repetitivos que passam ao observador a sensação de um movimento infinito.
Na fotografia
O padrão Moiré na fotografia, pode ser observado quando captamos objectos com detalhes repetidos (linhas, pontos...) que excedem a resolução do sensor. Em virtude disso, o nosso olho capta a sensação de movimento de ondas sobre a área afectada por essas repetições.
Sendo este um efeito não muito fácil de removê-lo na pós-produção, pode ser evitado alterando a sua distância em relacção ao objecto, assim como, caso propositadamente se queira tê-lo por algum objectivo criativo, pode-se aproximar ou afastar do objecto, sem esquecer que este é também um resultado influenciado pela capacidade do sensor da sua câmera. No exemplo abaixo, podemos vivenciar a sensação desse efeito fazendo um zoom in e out.
No design
Não me irei debruçar sobre este efeito na indústria de impressão gráfica, conhecido como um defeito de impressão oriundo de um acidente visual entre as retículas que formam as cores. Não irei exactamente olhar para o seu processo, mas sim para alguns resultados de uso comum, ficando para si esta tarefa ou para uma próxima oportunidade, quem sabe...!?
Importa referir que ao nível de design, este efeito é bastante explorado na activação da criatividade ou simplesmente na busca de resultados diferenciados ou usado como um princípio para a definição de padrões de segurança em projectos que devam ser difíceis/impossíveis de repetir sem acesso ao projecto original. É comum vermos este efeito aplicado em notas de dinheiro, certificados e outros materiais. Veja no exemplo a seguir os resultados possíveis de se obter usando e replicando a mesma forma e mesma quantidade de linhas para obter ilustrações diferentes.
Estas combinações e estes resultados, são muito explorados em ilustrações orientadas para a produção de notas de dinheiro, por exemplo, dado a sua complexidade e grau de dificuldade em reproduções fraudulentas. É possível ver nas notas do Metical (do mais antigo ao recente), a seguir, a aplicação destes padrões na encriptação de ilustrações, permitindo um resultado de fácil identificação visual dos objectos ilustrados, mas também uma difícil reprodução sem acesso aos arquivos originais.
No âmbito do design industrial, uma cadeira com o nome do efeito que origina este artigo, foi projectada pelo designer holandês Ton Hass e rendeu-lhe prêmios internacionais de instituições de valor destacado no design mundial, como o IF Design Award 2010, o Red Dot Award 2011 e o Design Plus Material Vision 2011 Award.
Você já usou propositadamente ou de forma inconsciente este efeito? Partilhe connosco os seus resultados, de modo a enriquecer este artigo e mostrar as inúmeras possibilidades de resultados criativos que este efeito pode produzir.