Pensar o futuro do design e das marcas

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O design surge como uma tentativa acertada de suprir as necessidades do homem e, acompanha o homem desde os tempos primitivos, até os dias actuais. Com os adventos que impulsionaram para o percurso histórico da humanidade, as mudanças culturais, o design esteve presente, de forma consciente (pensamento intelectual e académico) e inconsciente (pensamento comum).

Por muito tempo o design foi responsável pela materialização de Ideias, ideias que remetem a componentes básicos como a praticidade, o simbolismo e a estética, que, ao fim de tudo exercem uma grande influência no pensamento da sociedade.

Estes componentes foram a estrutura-chave para o sucesso do design por décadas, trazendo sempre produtos consistentes, precisos e originais. Com mudanças culturais, os produtos de design foram mantendo a sua consistência perante ao dinamismo social.

Vivemos em uma época onde se torna necessário repensar sobre o futuro do design, devido as mudanças sociais, a consistência e originalidade não são mais características com a mesma força. Ao longo dos tempos o design teve um papel preponderante para a sociedade, que é pensar de uma forma presente e à frente da sociedade, ditando tendências, técnicas e acompanhando as dinâmicas que a sociedade enfrenta.

Com a mudança da “mente social”, surge também a necessidade de se adaptar a estas mudanças e traçar novas estratégias que, vão de acordo com as necessidades dos usuários.

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Indiscutivelmente o futuro é o digital, com este factor surgem vários questionamentos em volta do design, como por exemplo, o comportamento e o posicionamento das marcas, o design terá competências para criar e trazer marcas consistentes e que não sejam flexíveis e esquecidas ao longo do tempo? Boas marcas, para serem consistentes e adaptarem-se as mudanças, precisam ter um bom relacionamento com o seu público, como forma de criar laços e vínculos, se compreendermos que as marcas tem personalidades e atributos que o configuram como uma “pessoa”, deste modo, acabamos por nos questionar como estes laços serão preservados em uma cultura onde os relacionamentos não tem tido consistência? Sabemos que a mente de uma sociedade muda com o passar do tempo e é necessário ter em conta estes factores para o posicionamento da marca, como forma de comunicar ao público o propósito da sua existência e o lema.

As características deste tempo forçam ou cobram até um certo ponto, um posicionamento político, o que antes não era necessário, as marcas tinham de se preocupar com o posicionamento no mercado.                                                                                                                                  

Se realmente as marcas tem de sofrer uma imputação sobre se posicionar de forma política? Se sim, como elas terão de lidar com as políticas do cancelamento? Será que esta é a única forma que as marcas têm ou podem ser inclusivas? Quais são os limites do posicionamento políticos que podemos estabelecer para as marcas? Estes questionamentos surgem à medida que novas demandas são imputadas pela sociedade.

Com estes adventos culturais, marcamos uma nova era ao design, uma nova era na qual podemos especular ou mesmo esperar para ver o seu desenrolar.

Nilza Dánia da Conceição Ráma

Nilza Dánia da Conceição Ráma é licenciada em Design pelo Instituto Superior de Artes e Cultura - ISArC.

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