As Novas dimensões da Publicidade em Outdoor Digital
Abordar o assunto relacionado a outdoor hoje em dia é muito comum entre os profissionais inseridos no sector profissional da comunicação. O termo é emprestado da língua inglesa outdoor advertising, podendo ser traduzido para publicidade ao ar livre. Em português, a expressão está associada ao meio publicitário em painéis para vincular campanhas e anúncios estáticos. No inglês os termos correctos para designar esse meio de comunicação são Billboard no inglês americano e hoaring no inglês britânico.
Este tipo de comunicação é também chamado “out-of-home”, que significa ao ar livre pois ela é visualizada no trânsito ou nas margens das estradas, colocadas estrategicamente em centros com maior concentração populacional, sempre ao ar livre.
Podemos considerar os outdoors uma amplificação de diversos meios de comunicações antigos usados para publicitar produtos, marcas ou serviços.
Alguns artigos advogam que o mais antigo outdoor foi usado em Tebas, cidade do Egipto, com o objectivo de anunciar uma recompensa a quem encontrasse escravos foragidos.
Na publicidade, segundo Cao Yannong, pesquisador de relíquias culturais chinesas. “A China foi o primeiro país do mundo a usar anúncios em papel e o primeiro a usar marcas registadas em produtos globais não industrializados”, no século XIII. Contudo, a publicidade moderna só chegou à China no século XIX.
Por outro lado, com a invenção de tipos móveis no século XV na Europa, a proliferação de livros foi possível, tendo ganho, com a evolução tecnológica, maior promulgação. Este marco possibilitou que não só a camada privilegiada tivesse acesso a informação, como também a classe trabalhadora.
Os outdoors que hoje conhecemos foram graças a invenção da litografia em 1790, processo que permitiu a produção massiva de materiais impressos a cores (incluído cartazes), em formatos adequados para outdoors.
Toda inovação é fruto de uma necessidade; é nesse contexto que Jarred (promotor de eventos) ficou conhecido como pai dos outdoors. Em 1830, numa altura em que ainda só os que gozavam da hegemonia política e religiosa tinham a possibilidade de comunicar para as massas. Entretanto, Jarred quis dar um evento no Bailey brothers Circus e comunicar também para o maior número de pessoas possíveis através do uso de outdoor sobre o Ringling.
Outdoors em Moçambique
Em Moçambique, concretamente a capital do país, o uso de outdoors é uma prática antiga. No acto da expansão do mercado global, por exemplo, havia a necessidade de promover os produtos globalmente e, as cidades sempre foram um local adequado para esse efeito.
Como ilustra a imagem abaixo, possivelmente datada aos anos 50s quando a Pepsi-cola buscava reposicionar-se no mercado, após a reestruturação da empresa, onde a marca passara a ter um novo logótipo, designado por “bottle cap”.
Com o passar do tempo, mesmo após a independência, o uso desses espaços para publicitar e se comunicar com a massa ganhou ainda mais importância. Chegando a estender-se para além das fachadas, ocupando espaços como os murais a mercê da estrada e as paredes de estabelecimentos comerciais (práticas verificadas até nos dias actuais)
Nos finais de 2021 a agência de publicidade e pioneira em painéis digitais em Moçambique, Dalima, deu mais um passo no que concerne a meio de comunicação das massas através da implementação do outdoor digital 3D na cidade de Maputo.
Para entender o processo da campanha do gorila em alusão a inauguração do outdoor digital 3D, a nossa equipa conversou com Azar Salvador, membro da FireBox para compreender o processo e os desafios enfrentados.
Segundo Salvador, o processo por detrás da campanha para Dalima; fora simples à medida que tiveram de usar as informações adquiridas com os anos de experiência nessa área. Disse para nossa equipa: “nunca tínhamos feito um trabalho do género, mas a nossa staff não tem limites”.
Salvador esclareceu ainda que: “A coisa mais complexa que nós fizemos para o painel foi o gorila, porque tinha muita coisa a ser estudada e nunca tínhamos trabalhado com animação em mockups e precisávamos ter computadores mais eficazes para poder processar o projecto, porque só o projecto do gorila tinha cerca de 150GB e isso deixava os computadores lentos em termos de processamento, neste sentido tivemos que fazer grandes investimentos para poder acelerar os processos interno na criação e tiragem do produto final”.
“Na verdade, pudemos perceber que nós temos um conhecimento muito acima da média porque nós conseguimos interpretar a cena logo de primeira; foi só olhar e dizer isto é daquele jeito. Para nós, o aprendizado foi olhar para nós por dentro e descobrir que a matéria já estava lá, só tínhamos que entender somente como transformar para um determinado objectivo”, finalizou.